quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Como saber viver!


Teus olhos são nada!Nada! Pára de olhar pra mim! Pára, pára... pois teus olhos são nada...

nada... nada...


Hoje. Ônibus. Janela. Menino senta ao meu lado. Me olha, cara de legal. Uma cara que eu tenho muitos e muitos dias, mas não hoje. Não estou lá pra muita conversa... Porém paro... paro e olho... observo a paisagem... Por que afinal vivo, e sei viver, não sei? Olhando cada Sol, cada vento que bate em meu rosto, a luz que resplandece no rio embaixo do viaduto, os barquinhos parados em um dia melancólico. Duas meninas estão sentadas à minha frente. Cantam acompanhando a música evangélica que sai em ruídos do rádio do ônibus. Cantam sem medo, sem nem se importarem se estão afinadas ou não... Não parecem ter muitas posses... mas estão ali, felizes, cantando, e nem se incomodam quando todos à sua volta, desde a mulher aparentemente indiferente de óculos até o homem cabreiro e cansado, param para olhá-las, sem disfarçar. Um sorriso se desenha em meu rosto diante de tamanha cena... Talvez elas saibam viver mais do que eu, afinal... Quem diria... Eu diria... e digo, agora... que elas sabem mesmo ser felizes.





- Esse ônibus passa pelo shopping?

-Não, a parada do shopping já passou...- menino aparentemente legal responde.

- Droga!


Falam para o motorista parar, prestativos, todos olham para mim. Outra cena um tanto teatral e rotineira...

E lá se vai eu, andando pela rua, sentindo a chuva na minha cabeça molhar a mim e meus pensamentos...



Pé dolorido, missão cumprida.

Hidratante passa...


E outro tipo de dor, quem cura?

O tempo, minha filha, o tempo... Dizem.


Dizem de tudo, mas não sabem de nada!

Eu também digo e penso de tudo, mas ao final...

me pergunto: será que eu sei mesmo ?





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