domingo, 29 de novembro de 2009

ME CASEI!




-Eu estou feliz!
-E daí?É da minha conta?
-Não,não é.Mas eu quis contar mesmo assim...
-Me esquece ,porra!
-Não,não quero.
-Por quê?!
-Por quê por mais sombrio que um lado meu seja,nunca,nunca mesmo irei esquecê-lo.Você ainda me alimenta...

É,a felicidade.FE-LI-CI-DA-DE.Sim,ela mesmo!Eu estou feliz,como nunca fui!
Podem achar que estou mentindo,ou não.Podem achar que estou me divertindo...ou não.Estou nem aí.

-Você casou?
-Sim,casei.
-Com quem,posso saber?
-Com a arte, meu bem!COM A ARTEE!

Casar com o quê você ama é a maior das felicidades.

“Lá vem a noiva-estudante toda de branco...
E o marido dela é a arte de tamanco...”

-Que infantil,sinceramente!Ô menina?!Onde está sua cabeça hein?!
-Nem sei,acho que perdi...o amor me deixa assim...

E quem poderá me culpar por amar o que posso e sempre amei?
E quem poderá me rebaixar se sinto que a tudo posso enfrentar?
Ninguém,meu bem.Nem eu mesma...

Embalada em doce dança,
Vem essa suave melodia...
Coro,sorrio,e me deixo flutuar...
Adentra meu corpo,me faz respiração
Sou também ar...
Adentra minha mente,me faz resplandecente
Sou também semente...
Nessa corrida de pés suaves,
Braços quentes,
Lábios entreabertos
Sou quem sempre quis ser
Me abraço a vida,
Me abraço,arte,a você...

domingo, 15 de novembro de 2009

Me vendo através de um cd


-Coloca esse,por favor!

-Ai,ai...tá bom.-diz meu amigo,pacientemente.
Insiro o cd de Gorilazz,aperto play.Aí a música começa,e aí toda aquela época em que eu mal me conhecia,cuja projeção de mim mesma era só uma sombra ilusória,volta em mim.Em forma não de material,mas de sensações.É,por quê eu amava dançar as músicas desse cd e adentrar nesse mundo meio sombrio e sonhador no qual ele fazia eu me sentir.Tá,muita gente pode dizer que é ruim(como meu pai),mas estou nem aí.O que importa é a sensação que ele me trazia e ainda me traz.
“I'm happy, I'm feeling glad

I got sunshine, in a bag

I'm useless,but not for long

The future is coming on is coming on is coming on …”
E lá está eu,dançando na frente de um som bem antiquado,até vinil ainda havia nele.Pela janela,me vejo…naquele apartamento com piso frio,paredes de tijolo alaranjado na varanda fechada de vidro.Depois,estou dentro,em minha própria pele de como eu era naquela época,porém com os pensamentos de hoje.E eu digo para mim mesma:“Ah,Drica,se você soubesse quantas coisas maravilhosas vão acontecer em sua vida,antes mesmo de tudo,não suportarias mais viver nesse apartamento,nesse lugar,nem estudar nesse colégio.Irias querer pular essa parte todaa,vários anos,até chegares logo á faculdade,perto da arte e da verdadeira você.Sorte sua ainda não saberes!”Por quê foi isso:boa parte dos meus mais inconscientes sonhos se tornaram e estão se tornando realidade na faculdade de artes cênicas,e no conservatório também.E sabe de uma coisa:::

Eu tenho mesmo um Sol em minha bolsa!E não vou deixar ninguém tirar ele de mim! ;)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O branco seria nada se não existisse o preto.




Sim, estou escrevendo um musical com um amigo. Sim, o musical é em grande parte triste. Minha mãe vem me perguntar o porquê de eu me atrair tanto por coisas tão tristes. Vai ver por quê em uma grande parte da minha vida acreditava que tudo era assim...sofrimento. Isso por quê ao pequeno final de cada quadro feliz,lá estava ela, a tristeza,a me esperar,já como amiga... Só que,admito,nesses últimos anos,principalmente neste, aprendi realmente o que é ser feliz. E aí que se me perguntam o por quê de ainda eu me atrair tanto por essa tristeza... Não sei explicar direito... É um tanto poética,um tanto caótica,um tanto melindrosa...me atrai. Eu amo demais a alegria também, mas essa tristeza meio que se solidificou em mim, essa parte que sabe o que é sofrer, o que é se doar sem receber quando você estava esperando um grande caminhão de flores.Ou quando ,ao contrário, você não pode dar de presente um grande caminhão de flores logo para quem merecia...

Todos torcem pelos finais felizes. Mas sendo felizes muitas vezes não seriam poéticos. E é isso, simplesmente isso. Há finais que nascem para serem tristes. E eu admito, apesar de chorar com eles, eu os amo. Vai ver por quê sinto que a lágrima é algo que vem mesmo de lá de dentro, do mais íntimo de uma pessoa. Já uma risada, muitas vezes tem o perigo de ser apenas superficial, fruto de um reflexo ou um tipo de forçar a barra, agradar a alguém. Já a lágrima,não. Ela vem se a pessoa está mesmo sentindo aquela dor, não se pode fingir que chora, não na vida não-artística. Se finge,é sim o mais difícil.

Enfim, não sei se consegui explicar meu ponto de vista...
Não quer dizer que sou uma maníaca-depressiva nem nada do tipo. Ao contrário, amo a alegria que um dia pode me trazer. Mas como diz aquele velho ditado:
“O branco seria nada se não existisse o preto...”