quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A clarabóia no teto


Hoje fui para a aula de canto,morrendo de sono mas feliz.
Feliz por que amo cantar e por que estou adorando cada vez mais minha professora.
Enfim, lá estava eu pensando,olhando para o chão encerado e polido,quando percebo nele o reflexo da janela, que fica como um clarabóia no teto. Mais me pareceu uma porta para outro mundo do que uma janela. Uma porta para um mundo belíssimo, com um céu azul claro ensolarado, aonde todas as preocupações se dissipariam, onde eu seria apenas eu sentindo uma sensação de paz, em espírito. Vai ver conheceria neles seres mágicos, que compreenderiam tudo que eu estava sentindo sem eu ao menos dizer uma palavra. Vai ver eu brincaria de voar com os pássaros e veria com eles terras feitas de algodão doce, chocolate ou macios lírios gigantes. Voltaria a ser criança, se quisesse, e esqueceria o mundo de responsabilidades que uma pessoa têm que enfrentar ao crescer. Quem sabe conheceria um enorme castelo de cristal transparente, bem no meio do céu, entre as nuvens? Bateria em mim um vento frio, que me provocaria arrepios, e um estranho sentimento de liberdade... Coisas tão difíceis de explicar que ninguém acreditaria no que eu dissesse...mesmo se por acaso fossem verdade.

- Então, vamos começar?- diz a professora.
-Sim,vamos.-digo eu.
- Repita comigo... Bu Bu bu bu buuuu...
-Bu bu bu bu buuu...

Pelo menos cantando sinto um pouco de tudo isso...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Somewhere only we know...


Hoje poderia ser um dia triste. Poderia.
Hoje poderia ser um dia super melancólico, devida ao cinza e a chuva. PODERIA.
Mas não é.
Ouvindo Keane, abro um sorriso. Onde antes abria lágrimas.
Por que estou bem hoje, feliz.
Mesmo depois de ter visto um filme triste e também bonito e alegre a seu jeito.
É diferente.
É diferente do que já senti.
É seguro, é calmo, é carinhoso.
É verdadeiro.
Ainda não sei se é intenso exatamente, mas saberei brevemente.
E mal posso esperar...

"I walked across an empty land

I knew the pathway like the back of my hand

I felt the earth beneath my own feet

Sat by the river and it made me complete


Oh simple thing where have you gone

I'm getting old and I need something to rely on

So tell me when you're gonna let me in

I'm getting tired and I need somewhere to begin


I came across a fallen tree

I felt the branches of it looking at me

Is this the place we used to love?

Is this the place that I've been dreaming of?


Oh simple thing where have you gone

I'm getting old and I need something to rely on

So tell me when you're gonna let me in

I'm getting tired and I need somewhere to begin


So and if you have a minute why don't we go

Talk about it somewhere only we know?

This could be the end of everything

So why don't we go

Somewhere only we know?

Somewhere only we know?”

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O remédio ruim


Confesso:amo escrever quando algo me incomoda.E tenho que admitir que aquele "algo" me incomodou. E aposto que muitas pessoas já devem ter se incomodado com um "algo" assim:

estúpido, degradante, extremamente egoísta.


Pois é.

Estava lá e no meio da multidão.

Estranho por quê até um tempo atrás tinha sido meio que apenas um sonho ruim.

Não.Pior.Um pesadelo muito ruim.

Mas é real e estava lá,na minha frente.


Fingi que não vi, por quê afinal estou muito bem até.

Mas por quê essa dor volta e me incomoda?

Ninguém que sentir algo ruim de novo.


E não é que esse algo estivesse mais forte. Ao contrário, estava mais feio e insignificante.

Mas sabe como é... Antes que você perceba, já está há mil passos atrás e parece até que você nem tem a vida maravilhosa que tem agora.


Às vezes me parece que sempre tenho que ter um motivo para ficar triste, senão não tem graça.

Mas é mentira. Eu quero mesmo é ser feliz todas as horas, mesmo sabendo ser isso impossível.

E quando a tristeza me espia por detrás de um beco escuro, basta eu ver sua cara na penumbra que me jogo no buraco onde ela está, lhe dou corda e choro.


Todos devem ter esses momentos. Mas só alguns admitem.

Ou só alguns de deixam levar por eles. E não culpo ninguém.

Por quê,afinal, todos estão certos...e todos estão extremamente errados.


"Toma esse remédio, menina."

"Não,mãe. Tem gosto ruim, não quero."

"É ruim,mas te fará bem. Toma!"


Foi assim que o destino disse para mim. E para outras milhares de pessoas.

E fez ser quem eu sou hoje. Ainda cheia de falhas, atos estúpidos e infantis...mas FORTE.

BEM MAIS FORTE.


É simples:

Tenha pena de quem acha que você é fraco ;)



sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Abre los ojos...


Ultimamente algumas coisas estão se tornando por demais claras para mim. É. Claras.
Como nunca foram. Ou eram e eu não via. Já está mesmo na hora de viver mais na realidade do presente. Nada de passado! Sim, pode ter até algo de futuro...
Mas o principal é o presente. É o que agente sente agora, se importa agora, se permite agora. E, sinceramente, desgasta menos. Comparações, elucidações, ilusões, só cansam e te deixam mais velho.
Eu quero mesmo é ser feliz, livre de todas as amarras que antes tanto me prendiam a pesos tão pesados de dor e pesar, de dúvidas. Como um anjinho voando no céu. Quando quero dormir, me imagino assim: flutuando de branco por um céu claro, com um Sol maravilhoso e uma paisagem verde e abundante. Geralmente funciona, quando consigo me concentrar. É, por que minha mente é por demais inquieta. Mas ela também merece descanso. Merece...
Assim como todos nós.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O peixinho cor de rosa


No começo mal era um algo.Aliás,era um algo,mas nada demais.Apenas um peixinho cor de rosa de papel.Só lhe dava atenção na hora do ensaio.Até que puxaram a minha orelha e disseram:"se doe mais drica,você tem que entrar mais no personagem.Por quê não o leva para casa?"

Sim!Levá-lo para casa!Por quê não?


Fim de ensaio,mochila nas costas,peixinho cor de rosa na mão.Descobri,para começar,que como eu, o peixinho era um tanto inquieto: gostava de ficar dando voltas e voltas sobre o pátio do Cac,apenas pendurado pela varetinha que o sustentava. Descobri também que, segurando-o, uma parte minha voltava.Aquela parte criança mesmo sabe? De querer brincar com o brinquedinho novo e diferente, descobrindo suas mais diferentes funções.


Sobre o céu azul,o peixinho ficava belamente pintado,principalmente se refletido sobre alguma luz.Coloquei-o sobre os mais diversos cenários,desde o céu escuro até uma parede branca ou flores.Dei mil voltas com ele, rindo e me divertindo com uma coisa que antes me parecia tão simples...e inanimada.

E não é que o peixinho, a cada brincadeira minha,foi ganhando vida?Sim!Assim como eu,dentro do personagem!Ficamos realmente amigos...e de certa forma irmãos.Passei horas brincando com ele. Sua fala me veio um tanto cantante e animada. Me senti como Gepeto ouvindo Pinóquio pela primeira vez...com a diferença de que eu estava sendo o Gepeto e o Pinóquio ao mesmo tempo.Me falando e me ouvindo ao mesmo tempo.

Enfim,juntando as descobertas do dia a dia do treinar com meu amigo cor de rosa e com os ensaios,notei o quanto o acreditar é importante. O peixinho só será um simples papel se você não lhe dar os devidos créditos, não deixar sua imaginação voar junto com a beleza do personagem que ele é.Por quê,sim, ele é o peixinho mais simpático de todo o mundo, e ai de quem mexer com ele de modo mau!Hunf!


Hoje notei, mais do que nunca, que perto das crianças ele exerce mesmo um grande fascínio,mas os adultos também não escapam!

Mas eu sei que as crianças conseguem ir bem mais além muitas vezes,de primeira,sem barreiras, coisa de que me arrependo de não ter feito quando vi o peixinho pela primeira vez. Parece que elas conseguem já distinguir o belo movimento que ele faz com a cauda, e como ele deve ser solitário sendo um dos únicos da sua espécie a nadar pelo ar.Uma das crianças o chamou de "peixe sem aquário", o que me fez rir muito.


Mais do que tudo, o peixe cor de rosa me mostrou,principalmente, que dentro de todos nós existe mesmo esse algo fantasioso,esperando apenas uma brecha para desabrochar e entrar nesse mundo fantástico que é o da imaginação e criatividade.

Triste daqueles que não querem conhecê-lo...

e felizes daqueles que o fazem,mesmo muito tempo depois de já terem esquecido de sua existência...

Por isso...viva o peixinho cor de rosa e tudo o que ele representa!