quarta-feira, 27 de abril de 2011

O ex elo.





-Sabe que hoje revi aquele jardim?



-Nãão! Qual?



-AQUE-LE.



-NÃAO! AQUE-LE?



-Sim, oras!



-Mas como ele está?



-Bem... a questão não é como ele está e sim...



- ...como as rosas estão?



-Sim, como as rosas estão!



-Mas o que houve com elas? Eram tão belas...



-Sim, sim, eram... mas murcharam... como cacto secos.



-Nãao! Cactos?



-Sim,sim!Já viu um cacto?



(balanço de cabeça afirmativo).



-Pois bem, como eles! Sem cor nenhuma...parecem mais papéis de jornais velhos e amassados.



-Ah...uma pena, não é?



-Mas sabe o que é mais interessante?



-Não.



-É que seus espinhos se tornaram maiores e brilhantes...



-Hum... bem estranho...para quê vão servir os espinhos se agora estão murchas?



(Homem pára e pensa com mão no queixo).



-Não tenho certeza, mas acredito que...



-que..?




-Com eles darão o golpe de misericórdia...


- Aff! Mas em quem? Em mim é que não vai ser!Ha ha ha!- ri engraçadinho.



-Não, não será... Na verdade, serão nelas mesmas...



Os dois homens se calam, pensativos... tentando relembrar do brilho e da suave folhagem vermelha-vinho que antes ali existia, naquele jardim... Todos que passavam olhavam e não evitavam sorrir... Que belo jardim existia ali!









Que belo jardim existia ali...



que belo...



belo...



b- elo...


apenas se perdeu o elo.









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