
-Sabe que hoje revi aquele jardim?
-Nãão! Qual?
-AQUE-LE.
-NÃAO! AQUE-LE?
-Sim, oras!
-Mas como ele está?
-Bem... a questão não é como ele está e sim...
- ...como as rosas estão?
-Sim, como as rosas estão!
-Mas o que houve com elas? Eram tão belas...
-Sim, sim, eram... mas murcharam... como cacto secos.
-Nãao! Cactos?
-Sim,sim!Já viu um cacto?
(balanço de cabeça afirmativo).
-Pois bem, como eles! Sem cor nenhuma...parecem mais papéis de jornais velhos e amassados.
-Ah...uma pena, não é?
-Mas sabe o que é mais interessante?
-Não.
-É que seus espinhos se tornaram maiores e brilhantes...
-Hum... bem estranho...para quê vão servir os espinhos se agora estão murchas?
(Homem pára e pensa com mão no queixo).
-Não tenho certeza, mas acredito que...
-que..?
-Com eles darão o golpe de misericórdia...
- Aff! Mas em quem? Em mim é que não vai ser!Ha ha ha!- ri engraçadinho.
-Não, não será... Na verdade, serão nelas mesmas...
Os dois homens se calam, pensativos... tentando relembrar do brilho e da suave folhagem vermelha-vinho que antes ali existia, naquele jardim... Todos que passavam olhavam e não evitavam sorrir... Que belo jardim existia ali!

Que belo jardim existia ali...
que belo...
belo...
b- elo...
apenas se perdeu o elo.
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