terça-feira, 13 de abril de 2010

Vanilla Sky e tudo que vem junto...


Sou besta. Me apaixono por filmes aparentemente idiotas, e por outros aparentemente tão depressivos... Vamos ver a lista: categoria filme leve vai para... "Ressaca do Amor"! Uma comédia que fala do amor de forma leve e divertida e mesmo nas partes mais "curtindo a fossa" tudo parece passageiro e alegremente otimista...
Já a categoria tristeza e reflexão pesadaaaa vai para... Vanilla Sky!! Pense num filme louco! Um filme bem a cara da banda Radiohead( até por quê uma das músicas da trilha sonora é deles...) onde tudo é uma mistura de pensamentos, loucuras, remorsos, gestos aparentemente simples mas que indicam toda uma expressividade corporal, tudo é de dentro para fora. Onde cada fala significa algo , que no decorrer na história fará ainda mais sentido...onde cada olhar transmite exatamente o profundo e complexo oceano que existe dentro da alma de cada personagem...
Cada cena mais parece uma fotografia, o que acaba sendo mesmo no final das contas...
E por quê gosto tanto dele? Para que uma pessoa, em plenos estado mental de lutar contra problemas do dia a dia, estresses e etc... vai querer ver e rever um filme tão cinza e azul como este?
Apenas... apenas... para me fazer lembrar de valorizar cada momentinho besta de minha vida.
No final das contas, é isso.

Tomar café, correr, ver o azul da praia, sorrir para um amigo que passou rapidamente, observar criança dando primeiros passos e primeiras meias-palavras, brincar de ser criança, sentir o coração bater mais rápido, sentir o coração na boca, chorar como se fosse o fim do mundo, escrever, criar histórias estranhas, criar histórias fantasiosamente maravilhosas, atuar, cantar,
sentir o sopro do vento na nuca, sentir o calor de um abraço, sentir o arrepio de um beijo, falar besteira, aplacar a fome com o melhor bife a milanesa do mundo feito em casa, ouvir a verdade mesmo que doa, tentar ser alguém melhor, tanto para você quanto para os outros, ouvir música e sentir ela fazer um percurso em todas as suas memórias, ver alguém que você considera a pessoa mais importante do mundo naquele momento de sua vida, conversar com sua nova irmã adotada pela amizade, ver um passarinho bater as asinhas e voar, se espantar com as cores fortes que uma flor pode possuir, sentir o inverno chegando, sentir o cheiro da chuva batendo na grama, se sentir só, se sentir especial, apenas se sentir...vivo.

Será que existe mesmo UMA alma gêmea para todo mundo?
E será que se você a deixar escapar nunca mais será feliz da maneira que poderia ter sido com aquela pessoa?
Será mesmo que, como diz no filme, cada minuto é uma nova chance de mudar todo um futuro?
Ai, Deus... e se eu perder? E se eu deixar escapar sem querer esse minuto?
Esse minuto ESSENCIAL!
Seria injusto, não acham?
Acabarmos todos nós dependendo exatamente de apenas um momento crucial?
Mas quem disse que a vida é sempre justa, não é mesmo?
E o que me deu o direito de nascer aqui, podendo comer, ter casa e faculdade?
E o que deu o direito a uma criança nascer desnutrida em algum lugar desse mundo?
Sorte.
Será que é a sorte que dá direito a tudo ou é algo mais?
Deus.
Será que é ele que dá direito a tudo ou é algo mais?
Jamais saberemos, só talvez lá no céu.
Mas é uma pergunta que eu pelo menos gosto de fazer de vez em quando, para mim mesma.
No final das contas, sou apenas uma menina besta diante de um universo tão grande...
mas sei que há pessoas que fazem questão de serem mais bestas que eu, pois acham que o mesmo universo é bem pequeno...
E tudo que tenho a dizer é:"Abram los ojos, personas pequenas!"

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