sexta-feira, 30 de abril de 2010

O pequeno príncipe e eu


E o pequeno príncipe disse para as rosas chatas e convencidas:

-Vóis não são absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois belas, mas vazias,-disse ainda- Não se pode morrer por vós. Minha rosa sem dúvida um traseuente qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. É a minha rosa.



Um dia destes tive eu a sorte de esbarrar com ele em sonho. Então lhe disse:


- Pequeno Príncipe, também fui cativada por uma rosa... e acho que também a cativei!


O pequeno príncipe me olhou languidamente, pensou um pouco com seus olhos meigos, onde mais doçura surgiu...e me respondeu:


-Ela também precisa ser regada todos os dias?


-Sim, sim.


-Então tome cuidado... Nunca esqueça de regá-la! E outra coisa... vem cá... - cheguei perto dele, que me sussurou ao ouvido:

-Cuidado com os baobás... Eles podem ser um tanto perigosos...


- Tudo bem,- lhe prometi- jamais deixarei que cheguem perto dela...


- Ela é bonita?


- Sim, para mim é a rosa mais linda do meu mundo!- Ele me sorriu compreensivamente.


- Suas pétalas são tão macias...

- Não possue espinhos...

-E me faz um bem tão grande, tão grande... que o mundo parece pequeno...


- Na verdade meu mundo é bem pequeno... - me disse ele.

Sorri.


- Um mundo só é pequeno se quisermos que ele seja, principezinho...


- Verdade?


- Sim, é... Mas você já viajou por tantos universos, principezinho... como não sabe disto?


- Na verdade eu sei, Didi... só que havia esquecido... mas... obrigado por me lembrar...


- De nada... Também agradeço por você me escutar...


Ainda conversamos por um bom tempo, discorrendo sobre as pessoas viventes dos planetas dos orgulhosos, dos "reis", dos acendedores de lampiões... E lhe contei que havia encontrado mais planetas fora esses: o dos egoístas, o dos invejosos e até os dos que gostavam de ver a desgraça alheia...

Mas a tarde de um sonho não é como uma tarde na vida real: ela dura segundos, no máximo minutos... em uma mente confusa e por demais fantasiosa como a minha...


A última imagem que tenho do pequeno príncipe é a de sua mãozinha delicada segurando a minha, me passando uma energia tão boa que poderia ressecar os vários galeões de tristeza espalhados pelo mundo "real" em que vivemos...




E viva a alegria que uma pessoa pode ter ao encontrar a sua rosa!

Pois eu acredito que existe mesmo uma rosa para cada indivíduo desse mundinho por vezes tão complicado... mas ainda belo.







Nenhum comentário: