quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A sede de fogo.

É como se do nada eu houvesse percebido... que todos se queimam.



Anteontem queimei meu dedo simplesmente por ir conferir a temperatura da sopa... merda!
Queimei meu dedo de graça, por nada.

Comecei a refletir sobre isso... sobre como tantas pessoas se queimam por nada, enquanto outras... se queimam por tudo.
Quem ganha, então? Quem perde?




O fogo atrai,
é poderoso!
Se sente o cheiro,
mas se quer o gosto!
Me leva, embala,
em horrível valsa
de cinzas tristes...
Oh fogo mau,
POR QUÊ EXISTES?!




Todos são atraídos pelo fogo;
uns se controlam se dizendo frios...
outros se queimam se dizendo impulsivos...
enquanto que, dentro de tudo isso, todos se arrependem?




Uma roda é feita no meio da floresta;
meninas dançam em volta...
Meninas sapecas,
que lembram bonecas,
lembram bonecas...
de pano, belas, de porcelanato!












Belas,
brancas gazelas...
Meninas não o são,
nem mulheres,
são moças...
fugindo das moscas nojentas da realidade!

Veneram o fogo,
veneram...
numa dança caótica
se entregam...
Veneram o fogo,
veneram...
numa dança hipnótica
se entregam...


Mais rápido tudo começa a ficar,
borrões e rasgos de imagens a rodar...
São moças, fadas, demônios ou meninas?
Não importa mais,
seguem sua estranha sina...

Veneram-se,
se reintegram...
Veneram-se...
e se quebram!

São nada, instantes,
pedaços inconstantes,
do nada errante
do emocional arfante!

Fogo, ar, terra nos pés!
Voam, dançam, seus cabelos são lanças!
O que é aquilo ali no céu?
O destino que passa, destino cruel!

Fogo, salve a todos nós!
Fogo, queime a todos nós...
Queime, queime, a todos nós...
pois somos nós as moças da roda de fogo...
Pois somos nós as pessoas no mundo de fogo!
Pois somos nós os sentimentos cinzentos

e estamos todos, sempre, sempre sedentos...

sedentos...


sed-d-den-tos...









por dentro.

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