domingo, 21 de agosto de 2011

A menina e o rosto estranho na janela



Às vezes é como se esse algo surreal me espreitasse pela janela.
Esse algo... esse rosto estranho, azul, deformado... mas ao mesmo tempo tão cheio de cores agora aguadas. E tenho medo de encará-lo porque me parece irreal verdadeiramente, apesar de tantas vezes em minha imaginação fértil eu transformar tantos e tantos momentos relativamente comuns em histórias tão fantásticas!
E porque me encara? Hein, rosto?! O que te fiz? Ou o que te pedi para fazer? E porque se escondes aí? Poderias estar andando... levar um Sol... sentir um sopro de vida... vai ver que este está se esvaindo em mim... mas não porque desisto, e sim porque não desisto de acreditar e... ser inquieta.

Mas ainda existe esse algo. E o que é? O que é que não consigo entender no quebra- cabeça da vida? E porque é tão difícil olhar para trás?


Esse rosto me persegue e me olha, triste... pedindo entendimento, compreensão... pedindo em palavras ininteligíveis e murmúrios rasgados coisas que estão além do meu alcance. Será? Mas o que está realmente fora do meu alcance? Coisas que valem tanto ou coisas que na verdade não servirão para mim?

Uma vez o passado riu-se do futuro, julgando-se superior. Uma vez o futuro quis brigar com o passado, querendo estabelecer sua superioridade moderna e única. E uma vez o presente riu-se dos dois, porque no final das contas todos se fundiam em um só. No momento em que escrevo já é tudo passado; imagine só quantas inspirações e expirações não fizemos agora mesmo e que já estão no passado?

A verdade é que mesmo sem ninguém se entender, todo mundo se entende, não é?
Cada coisa em seu lugar.
Cada pessoa em seu lugar.
Mas e quando algo te desestrutura?
O armário de bonecos cai.
E o que se faz? Me diz! O que se faz?
É meio difícil resistir a tentação de olhar para trás...








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