sábado, 27 de agosto de 2011

Entre o lá da ilusão e o cá.

É como se tudo na vida tivesse ritmo próprio.
Tudo fosse música.
Pessoas se tornando melodias.
E eu à toa, à toa... apenas absorvendo o que a vida tem a cantar.

- Você entende que existe esse meio caminho entre a mágica do ser e a mágica do perder?
- Entendo...
- Então porque você está cada vez mais perto de lá... me puxando para longe de você?
- Puxando para longe? Como assim?
- Sim, como uma armadilha... me desencantando cada vez mais...
- O que faz eu te desencantar?
- Isso eu não posso te dizer, você tem que saber...mas acredito já ter te dito antes... você é que não quis escutar.
- Escutar, escutar! Porque ainda insistes nisso? Palavras só servem para serem faladas nas horas boas, nas mentiras aveludadas, não na verdade...não na verdade.
- Será?


A linha é cortada nesta hora. Ambos caem, um para cada lado.
Ela grita. Ele ouve.

Ela - Teu beijo agora nada mais será do que um beijo! Terá gosto de saliva apenas! Nada, nada mais será.
Ele - Vai ver era o que eu queria desde o começo. Não entendes? Não existe mágica... a não ser em tua própria mente!

Dois pólos que se afastam. Cada vez mais são apenas rostos na escuridão...penumbra.
Até que nenhuma palavra se ouve. Um silêncio abafado, apenas pelos ecos do que costumavam ouvir. E aquela tenra e ainda nítida sensação de que esses ecos jamais serão realmente abafados... enquanto beijos existirem e palavras se perderem no meio do caminho entre a mágica e o desencantamento total do amor.


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