terça-feira, 19 de abril de 2011

Vai uma noite surrealista aí?








Você nem sabe que caminho deve seguir agora.


Você nem sabe...



Mulher sentada, cortinas amarelas.


Saia envelope preta, meia pintada nas pernas.


Penumbra que cobre seu rosto,


apenas os lábios vermelhos se ressaltam com gosto.


Um ventilador atrás da parede preta,


se vêem suas hélices rodando, rodando...



Você nem sabe que caminho deve seguir agora!


Você NEM SA-BE.



Sorriam, estúpidos insetos,


pois são mais inteligentes que nós por ``pensarem´´.


Não precisam do dinheirinho dos seus pais para viverem,


não precisam ter um futuro garantido e brilhante para a felicidade merecerem.



Mulher olha para os lados e diz:


-Oh, que brilhantes! Oh, que brilhantes mentes os insetos possuem!


Revira os olhos em completa ignorância e desprezo.



Os insetos, escuros como a mais negra escuridão, com os olhos vermelhos e demoníacos vão se juntando, juntando... se fundindo na noite.




Insetos escutam?



Ninguém sabe, mas todo mundo tem direito de dar pitaco!



Mulher apenas sorri e dá mais um trago no seu decrépito mas elegantemente posicionado cigarro.



Mas eles não param... se juntam, se unem, se fundem...


até tomarem a forma de um homem.



Mulher sorri.
- Estava te esperando... teu beijo cálido e frio... inebriante como o inverno mórbido que levou meus pais...meu estúpido namorado... e meu filho.



O homem não fala, se aproxima.


O homem não respira, apenas anda.


O homem não sussura... olha.



Beija os lábios pedindo para serem beijados... grandes, delicados, avermelhados como a cor do Sol. E, durante aquele milionésimo de segundo em que a mulher começa a sentir novamente a dor, ela se pergunta: - Mas isso é mesmo um beijo?





Até o homem se transformar no que é e no que sempre foi...


...insetos que se desconstroem em vários ferrões e garras imundas e brilhantes, com olhos ameaçadores...e a comem toda, de uma vez só, sem dó nem piedade,


em meio a seu grito histérico de gozo e dor ao mesmo tempo.




Uma porta se abre e uma festa de luz invade o recinto, formando um triângulo na parede roxa.



Ali se apresenta um homem de estranho, brilhante e colorido uniforme...






É um detetizador.




-Me chamaram?- pergunta para o vazio.




E os insetos correm e se escondem, e assim seu jato atinge a sombra da mulher que antes ali estava.





Mal pode notar ele...





mas na fumaça um rosto grita, clamando por piedade...





ou apenas querendo assustar alguém.
























E é o fim da noite surrealista, meu bem.








































































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