domingo, 31 de julho de 2011

Fold it in toths.






Juro. Nem fui eu quem escolhi.


Nem fui eu.


Se eu te jurasse... você acreditaria?


Se eu te desejasse... você entenderia?


Você se deixaria desejar como te desejo?



Você poderia saber então que é o medo.


Que é o medo que me faz agir assim.


Será que morar só em seu próprio pensamento é bom?


E se nessa morada for tudo mentira?


Ou... o mais assustador de tudo...for tudo verdade?



Me diz!


Como reajo?


Como devo reagir?


Vida não tem Bíblia.


Vida não tem manual.

Muito menos pessoas...







Meninos que brincam dançando, em uma ciranda.


Nem importa se é besta ou não, são adultos.


Adultos brincando de ser criança.


Música.


Risos.


É isso, Phoenix 1901, que você me traz!


Porque foi tudo tão belo...


tão engraçado e estúpido que é bom lembrar.


É apenas lembrar as loucuras maravilhosas que a vida nos dá.







Fold it, fold it, fold it, fold it...



Fold it, fold it, fold it, fold it!






























sexta-feira, 29 de julho de 2011

Quais são as palvras que você quer me dizer?
Quais?
Sorria diante desta catástrofe, querido.

Vai que em nuvens escuras e catárticas se esconde um sorriso macabro de tristeza. Dentro de todos nós pode existir uma caveira assustadora, debaixo da pele... coberta pelos músculos faciais que se alongam a medida que tentamos ser felizes.

E somos, não somos?
Todos os dias tentamos sê-lo.

E quando à noite... aquele vazio imenso tenta penetrar em nossas veias... adentrando sorrateiro pela porta, quem somos nós, sozinhos no mundo? Somos nós mesmos ou um resquício do que deveríamos ser?
Vai ver que o desespero da solidão é apenas uma ilusão... pois, ao final, todos nós somos felizes!

Eu não queria olhar em teus olhos e te dizer isso.
Eu não queria... mas olhei. Mas disse.
E isso não muda mais nada.
O passado não se muda.
As marcas não se mudam.
Só se muda o futuro... o futuro, menino!


E esperar que teus olhos me curem...
E esperar que teu carinho me cure?
Há!
Apenas se quissesse morrer.



Obs: Texto feito após assistir a perfomance "Radiações Invisíveis", e nela inspirado para trazer algo de meu.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Um nervoso que bate.

Sei lá. Cartas...


Às vezes fico nervosa por nada.
Ou nem é exatamente por nada e sim... pelo que pode ser.
Há algo mais assustador do que isso? O pode ser?
Antes fosse antes mesmo de eu saber!

A chuva veio... desceu sem medo.
Ontem quando fui no cartório vi um menininho... pequeno, mas não tão pequeno assim.
Teatralmente, brincava, fingindo que uma mão sua era um avião, enquanto a outra representava as sombras... Fiquei hipnotizada pela brincadeira. Ele fazia barulhos, imitando cada ruído avionístico e narrava ao mesmo tempo... contava uma história para si mesmo, enquanto que ao seu redor, pessoas cansadas só esperavam sua vez chegar.
Voa, avião, voaaaaa...
Voa, avião, assim como a minha imaginação...


Perfume. Como é o perfume de cada pessoa? E como é o seu?
Será que o seu bateria com o meu?

Um dia me deixei encharcar pela água... e peguei algum resfriado.
Um dia todos decidiram ser românticos e sorriram para a lua.
Um dia conversamos o dia todo... e eu mal podia esperar para te temer de novo.
Temer... e tremer.

Medo do que poderá ser.
Todos temos medo.
Mas por quê o meu medo parece ser sempre maior que o dos outros?


Uma terça-feira agitada e melancólica borbulha...
enquanto lá no céu, tudo fica escuro- acinzentado.
Ainda vou te entender, céu, no meu destino coalhado de medo e ansiedade... desejo desse algo mais que nem sei se existe.

Mas e você? Realmente existe como é em minha mente?

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Myrian e a água que veio.






- Ô Myrian! Ô Myrian!

Portas se abrem, janelas também. Casas ressoam, pessoas em vaivém.

- O que foi?- Uma voz monótona e rouca de quem acabou de acordar...
- Vem uma água, Myrian! Vem uma água agora! Vai rasgar tudo, tudo por essa madrugada! Nossas casas, postes, sentimentos, censuras! Nossos corpos, sangue, nossas peles nuas! Tudo se vai! Tudo se vai! Tudo se vai... para voltar nunca mais.

Myrian mal se mexe. Em sua cama se aquece. Dormir é tão bom... sonhar é maravilhoso!
Para quê se acordar? Melhor em um sono profundo entrar... mesmo que seja para nunca mais voltar...

- Não. Eu vou...vou...ficar.
- Mas, Myrian... vão levar tua alma... Mas Myrian... e teu corpo, quem velará? A água? A água?
- Sim, sim... prefiro que seja a água... àqueles olhos febris que me cercam... de falsos amigos e familiares que pretensamente me veneram...
- Preferes a morte, então? É isto?!


Myrian abre seus olhos febris, verde como plantas em musgo... Estranha Myrian... qual é seu verdadeiro mundo? Qual é, Myrian, seu verdadeiro mundo? Talvez não seja este, por seu coração ser por demais fundo... Profundo.

Os alarmes são dados. Pessoas correm para todos os lados.
A água que vem carrega sem medo... o peso, o peso, carrega sem medo.

- Myrian...
- O que foi?
- Só não deixa a água te levar a imaginação, tudo bem?
- Tá... tentarei...tentarei.


E a água veio e levou tudo, mas de Myrian, nunca mais se ouviu falar... apenas de sua incrível criatividade, que bóia até hoje no mar...

...onde estranhos anjos se revezam para ela velar.





sexta-feira, 22 de julho de 2011

Pessoas, juventude e hipocrisia.






Às vezes as pessoas querem dizer tanto umas para as outras e acabam não dizendo nada.
E o que acontece?
E o que acontece com as palavras que morrem?
Está aí então...
elas NUNCA morrem.


- Não consigo me conectar com você.
- É? Porque? Estou tentando te persuadir de mil maneiras... há um bom tempo...
- E você acha que merece um troféu por isto?
- Não, apenas um beijo e talvez... algo mais.


Em algum lugar, no momento em que o mundo foi criado, existia um algo mais que condensava a todos nós, como uma massa deliciosa de sorvete! Vai ver cada sentimento tinha um gosto diferente... variava muito...ia de baunilha a chocolate, avelã... mas não deixavam de ser sentimentos... não eram apenas carne. Carne não existia. Pele apenas não existia. Não que não pudessem existir, mas apenas não eram necessárias.

Como um montante. Um montante de dinheiro.
Pessoas podem ser como moedas. Uma por uma, passando pela mão do banqueiro...
uma a uma, o dia inteiro, durante vários ciclos de um ano inteiro.
Umas valem mais, outras menos... e quanto você gostaria de valer, como moeda?

Quanto?


Vai ver essa pergunta ecoa no espaço.

Vai ver que Deus olha lá de cima e ri desses seres desesperados que procuram sentido numa vida aparentemente inútil.

Vai ver nem sei mais quem sou... se é o tempo meu senhor, senhor de mim, dos meus medos e pensamentos, e hoje você só fez piorar isso. Piorar...isso.

Mas, ao final do dia, somos todos ainda jovens, dispostos a ainda procurar esse destino impetuoso e rico que se dispõe a nossa frente... É só isso que queremos, e atrás disso iremos! Avante, avante, sem tormentos! É realmente muito bom ser jovem... mas até quando esse jovem pode durar? E até quando valerá a pena durar?


Não vou mentir que dói pensar...
só nos resta nos preparar para o que vier.



- O que você quer ser quando crescer, menino?
- Hum... eu quero ser um bom contador de moedas!



quinta-feira, 21 de julho de 2011

Cores vivas que podem ser secas também.

- Vem me visitar...
- Eu?
- É! Por favor... vem me visitar...
- Hum...tá, se der. Agora estou atrasada.

Inesperado acontece. Cedo volta do estágio.
Conhece o lar de seu amigo... que na verdade é um lar temporário para várias pessoas, de várias nacionalidades... e idiomas, que no final se encontram no português.


Meu dia foi tão colorido ao final... mas tão que virou cor viva!
Viva cor! Cor viva!

Então foi... então penso mesmo...


- Então, qual é o meu diagnóstico?
- Muita atividade e pouca concentração. Muitos pensamentos e muita emoção. Precisamos te dar um remédio.
- É? E qual ver ser?


Vício: bebida? depressão?amor?ódio?

No way!



Em um momento, se viu só. Olhando uma rede... era uma grande rede. Antes aquilo tudo era uma prisão, agora... parecia mais um mar de sonho... As grades se converteram em rede, que fisgaram os mais interessantes e belos peixes... E olhe só o que você perderia... o que você perdeu... ao deixar se prender dentro daquelas grossas e pesadas barras.


Existia uma vez um peso... há um certo tempo atrás...
Existia processos, falta de coragem, estupidez, egoísmo...
mas há muito tempo atrás.

- Seu?
- Não, não meu... mas que recaía sobre mim.



Eu nem quero saber se você é interessante.
Eu só quero te beijar.



- Mas então, doutora, qual vai ser o meu remédio?
- Um comprimido por dia. Um desafio por dia... de se desligar de sua própria personalidade inquieta.


Inquieta... inquieta... ou incompleta?


Vai saber lá o que tem razão... se é o horóscopo, medicina ou a própria e louca vida...

E, afinal, sendo jovens, temos todo o tempo do mundo para descobrir... não é?

terça-feira, 19 de julho de 2011

Uma história sem fim.

- Why are your eyes so closed?
- I don´t know... really.
- But why... why your eyes are so closed?
- I DON´T KNOW...really.
- Ok. So i am not gonna ask you... anymore, ok?
- Ok. It really doesn´t matter.
- No. YOU don´t matter!


Uma vez eu prometi jamais te reencontrar. Nem quero. Nem quero. E nem vou, nunca mais...

Uma vez sonhei em te encontrar. Mas dá medo, medo... do ar, do som das águas, do vazio inesperado da solidão de uma mensagem perdida... E se você não for meu arquétipo?
Quem será você, então? Quem será eu? Quem seremos todos nós vagando no mundo?


E, de uma vez por todas, desistiu. Sabia que o caminho estava aberto... só precisava aproveitar. A vida, as cores, cada uma mais bela do que a outra... Sorrisos, desejos, promessas desfeitas em menos de um minuto... talvez alguma covardia, de vez em quando. Mas nada mais,
nem ninguém, importava mais... do que ela mesma.


E alguém poderia culpá-la?
Você, por acaso, poderia?
Quem? Quem, em todo o mundo, poderia?






terça-feira, 12 de julho de 2011

A taça de vinho em cacos que quebram no chão.



A taça esborrou. De vinho. Era de vinho... não era?
Aquela taça... exatamente aquela.
Na verdade foram as pessoas... são as pessoas que esborram... não a taça.
A taça continua lá, intacta. Mas eu continuo não sabendo o que fazer. Continuo não sabendo o quê pensar... nem quando pensar...
Mas na verdade o problema nunca foi a taça... foi?
E sim... E sim as pessoas.
Sempre foi esse.
Porquê?
Porque é mais fácil culpar as pessoas do que a própria taça... de vinho; não, não, de sangue!
Taças de sangue!
Mas espera... taças?
Eu nunca disse taças... disse taça!
A culpa é da taça, da taça! Sempre foi da taça...
não foi?
O jantar acabou e a culpa foi da taça.
Simples assim.
Fraco assim.
Como cacos quebram no chão.
Como momentos quebram... no chão.
Como pessoas se quebram sem nem perceber...

Mas, afinal, a culpa é foi da taça ou nossa?
Ninguém sabe...
se sabe apenas que o jantar acabou...e com ele, todas as boas lembranças esmoreceram com o tempo...

domingo, 10 de julho de 2011

Verdade tinta seca.

Nem sei porque.
Nem sei porque tentei.
Mas tentei.
MAS tentei.
Todos tentamos um dia.
E se não tentamos, somos apenas... covardes.
Por que ninguém quer se peguntar o ``se``...
todos querem o ``foi``.
E é assim que as coisas funcionam.
É simples.
No final das conta, é muito simples.
Todos querem o ``muito``.
Ou, pelo menos, fingem querer.
Então... esquece que eu falei isso porque,
da mesma forma que eu falei, mil pessoas falam umas às outras belas coisas
para se deixarem esquecer no outro minuto.
Dura tanto quanto.
Merece durar tanto quanto.
Palavras são descartáveis, então...
apenas descartem tudo que eu lhes disse,
e guardem suas próprias verdades.
Assim como as palavras, beijos.
Só que esses nem sempre são tão fáceis de serem esquecidos...
Porquê?
Vai entender!




E uma boa noite para você.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O pântano de dúvidas incertas.

Às vezes me dá vontade de ser covarde.
E de fugir de você.
Porquê?
Porque , no fundo, acredito que você é tudo que eu poderia querer...

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Até parece que você não sabe.
Não sabe... o quê?
O quanto eu quero te ter.
Há! Deixa apenas o dia amanhecer...

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São apenas frações.
Frações de segundo para perceber.
Tenho o dia todo, se tem o dia todo... para viver.
E ninguém quer esquecer.
Mas acaba... esquecendo.


Memórias são tão fracas, não acha?
Não. Acho até que são fortes demais.
Mas e porque deixam que elas se percam ?
Porque não querem deixar elas entrarem, só isso.
Que engraçado, todos são carnes.
É, carnes necessárias.
Para quê existimos? Para nos servir uns aos outros?
Não. Para fingir que servimos uns aos outros, mas no fim das contas
só servimos a nós mesmos...

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O dia hoje está belo.
Queria que assim estivessem meus pensamentos.
E quando os dois não batem?
Ah! Se vira, ué.
Tá. Me viararei. Em outra pessoa, pode ser?
Não! Ninguém pode ser outra pessoa. E nem adianta querer ser. Os pecados e arrependimentos continuarão sendo os seus. Simples assim. Complexo assim. Se perdoe, se conforme.
Sim, sim, me perdoarei...

E assim vai continuando a estupidez inata do ser humano, dia após dia, tentando acalentar seu próprio pântano...
Pântano de dúvidas incertas.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Morcegos e borboletas.

- Lembra quando te disse?
- O quê?
- Que um dia te perderias entre palavras e promessas... e canções?
- Lembro, lembro, mas... de que vale isto agora?
- Nada. Apenas nada. Só quero sorrir...
- Sorrir? Diante deste mundo de mentiras?
- É.
- E porquê, posso saber?
- Por que vai ver que um dia, no meio de todas essas mentiras, encontro a verdade...



- É, bem que te falei... de longe, até morcegos parecem borboletas...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Um quadro de subconsciente coletivo.

Foi apenas o abrir das janelas.

Apenas.

Apenas que se tornou muito.
Uma lufada de vento me tomou.

Em minha casa, tão grandiosa e bela... apartamento dentre todas as outras.

Branca caiada de rosa-claro.

Meus cabelos voaram e não me importou.

Minha camisola pueril voou em meu corpo e não me importei.

Era apenas eu abraçando o vento, e vice-versa.

Mas foi, afinal, a visão que me tomou...

e eu sabia, sabia que naquela manhã seria tudo diferente...


A paisagem se encontrava suave, o céu em nuances de um azul claro misturado a um rosa delicadamente aquarelado. Vai ver ainda estava sonhando... era? Não, não era sonho.

Senti também que todos paravam naquele momento. Todos.

Para observar. O céu.

Rodeado de pequenas lâmpadas voadoras.

Mas eram mesmo lâmpadas?

Não, não eram!

Eram seres... ou algum tipo de balão onde pequenas mas intensas luzes azuladas brilhavam...

Engraçado porque tudo agora parecia de várias cores fechadas em uma cor só.

Tudo era conjunto... tudo era mágico.

A grandiosidade da paisagem me abarcou, senti arrepios de medo misturado ao encantamento.
Vai ver eu estava em uma pintura móvel.

Vai ver eu não era ali mais apenas indivíduo, e sim personagem...

Vai ver...

vai ver...

mas eu vi.





Vi tudo aquilo e foi a coisa mais bela que eu poderia ter visto.

Seres ``lampadorísticos`` iluminando uma madrugada rósea.

Pessoas paralisadas em meio a rua, céu, mar, apenas olhando e sentindo...

apenas olhando e sentindo... como eu.

Vai ver sou pequena demais para esse mundo real em que vivo.

Mas vai ver sou perfeitamente completa para esse outro mundo fantasioso

onde todos nós temos de viver, de vez em quando... para realmente se sentir bem.



Ou vai ver estava apenas eu em um quadro.

Ou vai ver vivemos todos nós em pequenos quadros, tão separados...

que se juntam, vez ou outra, no subconsciente coletivo.


O que importa é...

sermos todos diferentemente iguais.





segunda-feira, 4 de julho de 2011

Um desenho ilusório...

Toquei primeiro com os meus pés... fiz círculos ao redor...
Toquei segundo com minhas mãos... fiz triângulos gigantes ao redor...
Sorri.
Deixei.
Não era nada.
Apenas um desenho... tocando a água.
Passarinho voa?
Sim, sim... pra bem longe daqui.

Your eyes closed...
Your head hurts...
Your eyes feel so low (Coldplay- For you)


Sentir o corpo ir é mesmo que sentir ele voltar?
E as chagas, onde ficam?
Você por acaso sabe o que é um sentimento?
Ah, faça-me o favor...
faça-me o favor...

O favor de viver,
de aprender,
de se arrepender!

Ninguém mais quer...
saber.
Só sentir...
o que não há mais para sentir.

Eu poderia mesmo ver uma paisagem surpredeentemente bela, sabia?
Poderia imaginar o céu em tons de azul borrado misturado a um verde-leite...
É, verde-leite! Eu que inventei, vou deixar esse nome e pronto!

Continuando...
o Sol seria mesmo amarelo com tons alaranjados...
as montanhas seriam de tom azulado- escuro...
E os pássaros?
Ah... esses seriam de um rosa maravilhosamente claro!
Sim, sim, claro... como a luz do Sol.
Como a luz de quem sabe teus antigos olhos...
como a luz de quem sabe meus futuros olhos...
mas jamais da boca.
Jamais... da boca.
Porque, igual a todo mundo, EU determino!
Eu sufoco, eu opino!
E nem importa... sabe o porquê?
Porque às vezes eu nem sou eu... nem você é você.
Apenas espectros sobrevoando o mundo...
negro.
Mas ainda se torna colorido, sim.
Se torna porque eu quero... e eu sei que você, assim como TODO MUNDO,
também quer.
Todos querem...
Porque, ao final de tudo, todos apenas querem...
ser MUITO FELIZES.


E isso é tudo...( nome de uma esquete de Harold Pinter)

domingo, 3 de julho de 2011

A menina no rio corrente...




Primeiro quis colocar os meus pés... naquela água.




Mas tive medo, afinal, eram tantas cores... e tanta cores podem acabar te cegando, não é?




Não podem elas te cegar completamente?




Mas pus mesmo assim...




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Ela era apenas uma menina... não como qualquer uma.




Palavra a descrever: diferente.




Vai ver sentia demais, queria demais, se doava demais...




Foi visitar uma velhinha, uma suposta feiticeira do lugar, sábia coruja de olhos bem abertos.




Seus longos cabelos iam até os pés... e seu estranho sorriso ia até os cantos da bochecha.




Mas transmitia uma boa energia...








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Queria saber se olhava primeiro para dentro de mim ou para dentro dela.




Tão estranha mulher... feiticeira... coruja de olhos bem abertos.




Iniciou-se o rito... abriu as mãos, espalhou pétalas sobre mim e me abençoou.




Deveria eu deixar?




Nem sabia mais quem era eu...




só queria me achar de novo, pelo menos mais uma vez... através de, quem sabe, outro algo... ou outra pessoa...








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Ela saiu dali abençoada e mais leve.




Chegou ao rio, ao rio prometido.




Lá várias folhas passavam, cada uma de uma cor.




Deveria pular em uma delas, tendo porém muito cuidado para não se afogar.




Confiança seria muito importante naquele momento, senão poderia afundar...




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Eu nem sei porque sorri para aquilo tudo.




Parecia mais um sonho...




E eram tantas cores nas folhas... grandes... mas não gigantes.




Cada uma mais bela do que a outra.




Poderia uma delas me levar a esse outro mundo?




Onde todos se amam e se querem?




Sem medo, sem maldade, sem estranheza?




Quem sabe a minha pessoa estaria lá... do outro lado?




Ou, pelo menos, o meu objetivo final...








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Ela tomou impulso...




pulou.




Na planta cor de rosa.




Na folha grande cor de rosa.




Que afundou... e a levou... até a beirada do rio, quase caindo na cachoeira de águas fundas do nunca mais...




Mas passou uma outra folha... grande e azul... chamando-a... pedindo-a que subisse...




e foi o que ela fez, sem medo, mas ainda desconfiada.




Havia sofrido demais ao cair da primeira.








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Peguei aquela folha como se fosse a última, mas sabia que não era. Ainda teria que passar por muitas até achar a certa, a que realmente me levaria ao reino do onde quero chegar, do onde quero estar, do onde quero amar.




E sabe?




Serei paciente... porém consciente de que a vida é sempre um ritual de passagem, um mudar de águas, de folhas... de vento... direção... e por isso é tão maravilhosa, mesmo em suas terríveis dores...








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E assim, como milhares de outras, ela se foi, se tornando mais uma linha no horizonte, achando seu caminho no meio da tempestade e da calmaria.




Bela menina, você chega longe, não desespere...




Menina doce, você lá chegará, onde tudo pode acontecer, onde tudo se realizará,

onde o rio desaguar...